quarta-feira, 31 de julho de 2013

O fruto do Espírito.

Esse é um dia muito esperado na vinha que chamamos de lar. Várias pessoas carregando cestas se preparam para a colheita das azeitonas. Já faz alguns anos que estou aqui, mas eu sempre me emociono com os olhares de aprovação do agricultor ao observar os frutos espalhados pelo meu corpo.


Desculpe-me a indelicadeza, eu estava tão empolgado que esqueci de me apresentar. Na verdade eu não tenho um nome próprio, sou apenas um ramo de uma boa oliveira. Ah! Meus colegas de oliveira me deram um apelido carinhoso: Enxerto!

Sim, Enxerto. Na verdade eu não nasci nessa boa oliveira onde estou hoje, antes eu pertencia a uma planta que os humanos chamam de oliveira brava ou zambujeiro.


Lembro-me como eram diferentes os dias de zambujeiro. Era estranho o desdém com que éramos tratados. Não vivíamos em uma vinha tão bem tratada como essa, estávamos à beira de uma estrada. Não éramos podados e muitas vezes o excesso de folhas impedia o crescimento de nossos frutos. Aliás, esses frutos eram ignorados pelos homens e estavam fadados a apodrecer e cair no solo, desperdiçando todo o nosso trabalho de distribuição da seiva entre eles.

Esses não eram nossos maiores males. Predadores cruéis estavam devorando a figueira brava, morreríamos brevemente.

Entretanto, certo dia um homem se aproximou e após olhar atentamente para os galhos ele veio em minha direção.

Sinceramente pensei que seria o meu fim, por muitas vezes os humanos arrancavam meus colegas para servir de cajado (a madeira do zambujeiro realmente é mais dura do que a da figueira boa), para alimentar as chamas de uma fogueira ou para aplicar um pequeno corretivo em seus filhos.

Para a minha surpresa esse homem sacou uma ferramenta utilizada para poda. Ele retirou os frutos que estavam para cair de meu corpo e com muito cuidado me retirou do zambujeiro.

Fiquei meio grogue devido ao corte do fluxo de seiva, a última coisa que me lembro é o olhar daquele bom homem e a sua voz que me dizia:

- Não se preocupe, a partir de hoje você produzirá bons frutos na minha vinha.

Ao despertar parecia que eu estava no paraíso. A extremidade do meu corpo que antes estava ligada ao zambujeiro fora enxertada em outra árvore. E como é boa a seiva que ela produz!

Demorou um pouco para eu me adaptar, mas hoje eu sinto que nasci para ser dessa oliveira! Aqui sou bem tratado e até podado quando necessário e...

Desculpe interromper, mas o bom agricultor está apontando para cá, chegou o momento da colheita dos meus frutos. Você não imagina o quanto sou grato a esse homem, ele mudou a minha existência! Tudo o que eu puder fazer por Ele eu farei, inclusive manusear a boa seiva dessa oliveira em belas flores, e consequentemente, em bons frutos.



A história dessa fábula está em concordância com as palavras de Jesus em João 15. 1 a 8. Jesus é a videira verdadeira que nos proporciona uma nova vida, distantes do zambujeiro mundano destinado ao fogo do inferno por não produzir frutos. Felizmente todo aquele que for enxertado na oliveira verdadeira (através da fé em Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador do ser humano pecador) viverá a experiência do novo nascimento.

Se uma boa árvore é conhecida pelos seus frutos (Mateus 7. 16 a 20), qual o fruto que o cristão enxertado em Jesus deve produzir?

A carta aos Gálatas mostra o fruto que deriva da “boa seiva” do Espírito:

“Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5. 22).

Perceba que o artigo masculino “o” está no singular, isso significa que esses nove elementos não são “os” frutos do Espírito, não é como se fosse um balcão de sementes e você pudesse escolher qual deles plantar. Eles são elementos do mesmo fruto (como gomos), todo cristão deve produzir o fruto inteiro através da graça de Deus em sua vida.



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